Para que serve um blog?
Quanto este blog foi criado, foi para responder a uma necessidade que sentimos de nos mantermos em contacto uns com os outros, e não falo apenas de um contacto de circunstância, tipo "por onde andas?"e "o que tens feito?", mas de continuar o hábito que tínhamos, enquanto estivemos próximos, de discutir sobre o mundo, a sociedade, enfim, tudo o que nos preocupa ou que desperta a nossa atenção. De uma "mailing list" evoluímos para um blog, porque achámos que a maior parte das discussões que mantemos talvez possam interessar a um círculo mais alargado de pessoas - foi pelo menos com essa ideia que decidi inscrever-me. Mas, desde então, a maior parte de nós quedou-se silencioso... O que me leva à razão desta súbita timidez, a minha, pelo menos. Até que ponto é sensato expormo-nos? Quem são as pessoas que nos lêem? Alguém lê, ou este é só mais um exercício de fascinação pelo próprio umbigo? São só algumas das dúvidas que me têm impedido de contactar-vos com mais regularidade por via do blog... Quando escrevo, incógnita na página em branco do monitor de computador, não estou, na verdade, sozinha comigo mesma. Estou exposta num palco, sem possibilidade de olhar o público nos olhos, sem qualquer noção de se "a mensagem passa", ou se pelo contrário aquilo que escrevo é interpretado de forma completamente errónea pelos que lêem. Vocês que me conhecem, sabem das condicionantes que me levam a expressar-me, em dado momento, de determinada forma. Conhecem o contexto, as histórias por detrás do que digo. Os outros, não. Sermos físicos, e de Lisboa, define-nos? Mais, ou menos, do que os livros que lemos, a música de que gostamos, os poemas que nos ajudam a viver, o imaginário visual que partilhamos, povoado de labirintos à la Escher? Assusta-me a exposição pública, esta forma de, dir-se-ía, strip-tease intelectual, porque me vejo desprotegida, mais vulnerável - mesmo se me escondo por detrás de um nome próprio, ou de um pseudónimo. Mas, no fundo, sei que é só uma reacção mais ou menos primária, que a imagem virtual que nos construímos é necessariamente incompleta e redutora, mas não é isso que importa - cabe a quem o queira fazer, completar o puzzle. Este é só um intervalo lúdico, em que trocamos umas ideias. A vida real é lá fora.
quarta-feira, 13 de maio de 2009
Assinar:
Postar comentários (Atom)
2 comentários:
tu coppio e colo ne
AiAiAiAi
Postar um comentário